ódiólico

cheira a sangue pisado por botas da tropa sujas de lama.
é o ódio...
é o ódio que está para chegar.
só ainda não chegou porque está a bebericar.

ódio com fartura

atão mas que diabo pah, não anda aqui ninguém? rais parta foda-se. vou pegar fogo a isto, vou pegar fogo ao luís represas, cabrão! que nojo de pessoa pah, não se pode com aquilo. jesus!

ode (io) às crianças

um castor está prestes a nascer,
com ódio vai gatinhar e crescer,
aprender a andar e aprender a ler.
este será o nosso castor adorado,
uns dias sujo, quem sabe mijado.
porém o que interessa aqui escrever,
é que o castor vai ser odiado... até morrer!

ódio extra

o ódio de hoje prende-se com simples necessidade de odiar. hoje é um belo dia para odiar.
o pai ódio e a mãe ódio foram ao parque com os pequenos ódiozinhos. os demais transeuntes rapidamente se dissipavam na penumbra que alastrava a cada passo odioso. ódio júnior, o mais recente membro da família, sorria ao vê-los murchar na escuridão e cair moribundos, como se de folhas secas de tratassem.
-é como se de folhas secas se tratassem - dizia o petiz rosado.
mas logo a mãe o advertia - é como se de folhas outonais se tratassem - em voz firme mas doce, tão doce como o ódio que os unia.